Aqueles que não tinham coragem para enfrentar o mar grosso, de Iguape até Santos, viajavam para São Paulo através das praias desertas, dos rios e dos sertões de Peruíbe.
O engenheiro do Governo Provincial, dr. Carlos Rath relata a viagem que fez de Iguape até Santos, em 1855.
Eis que o dr. Rath escreveu:
"Por exemplo, se se quer sahir de Iguape para São Paulo, toma-se um cavallo ou um carro puxado a bois, se há marés uma canoa, até o porto da Ribeira (1/3 de légua). D'alí toma-se uma canoa até o porto de desembarque (Suamirin) (5 léguas mais ou menos); d'alí toma-se a pé pela praia planissima da Jureia até o canal do rio Una do Prelado, aonde tem uns lugares poucos charcosos e algum capim (1/2 légua).
Ali embarcado em canoa e passando pelas ruinas de uma guantidade de comportas ou Portões de madeira, com os quaes se pretendeo represar as aguas até o pé da praia (obra sem fundamento). Chega-se na sua embocadura e segue-se pelo rio Una, caminhando-se um dia todo pelas suas tortuosidades sempre a vista do Bauguaçu, Botucavarú e Javari (Itatins), por todos os lados até a embocadura de um ribeirãosinho, ao pé da barra de Una (12 léguas mais ou menos) Alí deixa a canoa, descança em casa de um morador do lugar, que dá condução para adiante toma-se um morro a pé ou en rede; (1.1/4 légua). Chega-se a um braço do rio Guarahu, que tem mui poca agua, alí embarca-se outra vez e toma-se o rio Guarahu, que tem pittorescas vistas e praias semeadas de passaros aguaticos, abundante de peixes e jacarés, até o cabo de Peruhibe, 3 léguas mais ou menos. Desembarca-se outra vez e sobe a pé um morro muito alto até o rio Peruhibe, (1.1/2 légua), também se pode passar esse morro em redes ou as vezes a cavallo, assim como os indios costumam quando se tem coragem ou vontade de morrer, a passar-se o cabo pela costa do mar grosso em cannoas, para evitar a subida do morro. Subindo o morro e descendo chega-se a praia que se toma a pé até os primeiros moradores da povoação de Peruhibe (1/3 de légua).
Alí passa-se em canoa a foz do rio de Peruhibe para os ranchos dos moradores do lugar, onde pode-se pousar ou tomar um carro com bestas, digo uma carroça aberta puxada por bois ou bestas, e tomar a praia de noite ou de dia até a conceição(Itanhaem) 5 léguas mais ou menos.
Chegando a Vila de Conceição, toma-se outra carroça continua a seguir pela praia da Conceição tendo alli feito 31 léguas mais ou menos de viagem.
Da Conceição em diante tem que passar outra vez em carroças coberta puxadas de bestas para uma praia liza, plana até o porto de Piassabuçú (8 léguas). No Piassabuçú, deve parar e esperar a maré e então caminhando-se da praia para o porto de embarque do rio Piassabuçú (1/4 de légua, mais ou menos), e toma-se este rio ladoso e tortuoso até Santos ou Casgueiro, ou Cubatão (de 5 a 7 léguas) a este ultimo. D'ali vai-se a pé ou a cavallo ou liteira, Banguê ou sege, e quem sabe se em pouco tempo o faremos em carro a vapor.
Texto extraído do livro História do Vale da Esperança, autor Paulo de Castro Laragnoit.
Escrita da época, relato do Dr. Carlos Rath.
Importante ressaltar que era essa situação em toda nossa região aqui no Vale da Ribeira para se chegar a capital da Província.
domingo, 6 de maio de 2018
domingo, 14 de janeiro de 2018
Monsenhor Ary Ferreira de Aquiar filho de Juquiá.
Nome: Monsenhor Ary Ferreira de Aquiar
Ordenação sacerdotal: 07/12/1947
Natalício: 12/07/1922
Nasceu em Juquiá SP, Brasil.
Filho de Maria Antonia de Aguiar e Antonio Ferreira de Aguiar, Monsenhor nasceu em 12 de julho de 1922 em Juquiá. No município, passou a infância frequentando a Paróquia Santo Antônio.
Cronologia
Em vinte e quatro de fevereiro de mil novecentos e trinta e oito, ingressou no seminário Diocesano de Santos; trinta de setembro de mil novecentos e quarenta e cinco - Recebeu a ordem da tonsura no seminário central / São Paulo pelas mãos de Dom Idílio José Soares;
23/02/1947 - Recebeu a ordem do subdiaconato no seminário central / São Paulo pelas mãos de Dom Idílio José Soares;
02/03/1947 - Recebeu a ordem do Diaconato no seminário central / São Paulo pelas mãos de Dom Idílio José Soares;
07/12/1947 - Foi ordenado sacerdote pelas mãos de Dom Idílio José Soares;
1948 a 1951- Tornou-se por anos Ecônomo e Professor do seminário Diocesano São José;
Junho de quarenta e oito a junho de quarenta e nove - Tornou-se vigário cooperador da Paróquia Nossa senhora do Rosário de Pompeia / Santos;
Mil novecentos e cinquenta a mil novecentos e cinquenta e dois - Tornou-se vigário auxiliar da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompeia / Santos;
1951 a 1962 - Tornou-se Capelão das Missionárias de Jesus Crucificado;
1952 a 1953 - Tornou-se vigário da Paróquia Nossa Senhora de Fátima / Santos;
1953 a 1956 - Tornou-se vigário em Eldorado Paulista;
1956 a 1960 - Tornou-se vigário da Paróquia Nossa senhora da conceição / Itanhaém;
1960 a fev / 61 - Tornou-se cura da Catedral Nossa Senhora do Rosário;
1962 a 1965 - Tornou-se Chanceler da Chancelaria Diocesana, Capelão das Casas do Senhor e de Nossa Senhora, Diretor Espiritual do Seminário Diocesano São José, Procurador da Mitra Diocesana e Assessor Eclesiástico da Juventude Independente Católica e Juventude Operária Católica;
19/02/1964 a 1968 - Tornou-se vigário ecônomo da Paróquia São Judas Tadeu / Santos;
1968 a 07/03/1975 - Tornou-se pároco da Paróquia São Benedito a 23/jun/1977;
24/07/1977 a 1985 - Tornou-se vigário substituto da Paróquia Nossa Senhora Aparecida / Santos;
1985 a 1993 - Tornou-se pároco da Paróquia Jesus Crucificado / Santos;
12/12/1981 a 1991 - Tornou-se Diretor Espiritual Diocesano das Equipes de Nossa Senhora;
1991 a 1993 - Tornou-se Diretor Espiritual do Seminário Diocesano São José;
1993 a 25/10/1997 - Tornou-se pároco da Paróquia São Benedito;
26/10/1997 - Tornou-se pároco emérito da Paróquia São Benedito / Santos;
01/04/2003 - Transferiu-se para a Casa São José do Padre Idoso.
Histórico
Ary Ferreira de Aguiar nasceu em Juquiá, SP, no dia 12 de julho de 1922. Com seus pais, Maria Antonia de Aguiar e Antonio Ferreira de Aguiar ( tabelião ), frequentava a paróquia de Santo Antonio no município em que nascera. Teve como irmãos Ciro, Lino, Paulo, Helio, Levi, Honorina, e Santina.
Como não tivesse oportunidade de dar continuidade aos estudos após a escola primária em sua terra natal, padre Paschoal Cassesi intercedeu para que Ary, então com 13 anos, ingressasse no seminário dos padres Paulino, recém chegados da Itália ao Brasil, ficando até 1938, quando ingressou-se no Seminário Diocesano de Santos.
Monsenhor Ary revelou certa vez que Pe. Paschoal Cassesi era sua inspitação e que desejava ser um dia "Como ele, que atendia inúmeras capelas em Miracatu e Juquiá, usando o trenzinho da Sorocabana como transporte, além de canoas e cavalos".
Monsenhor Ary foi ordenado sacerdote em 7 de dezembro de 1947 pelas mãos de Dom Idílio José Soares, bispo de Santos na época. A palavra que escolheu para guiar seu sacerdócio foi tirada do livro do Profeta Jeremias "Seduziste-me, senhor, e fui seduzido" (Jr 20, 7-9).
Nos dois primeiros anos de sacerdócio, padre Ary foi vigário da Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Pompéia, em Santos, e de 1948 a 1951 trabalhou como Ecônomo da Diocese e professor no seminário São José.
Como vigário paroquial passou ainda pelas paróquias Nossa Senhora de Fátima (Santos), Nossa Senhora da Conceição (Itanhaém), São Judas Tadeu (Santos) e Nossa Senhora Aparecida (Santos).
Monsenhor Ary foi ainda Capelão das Missionárias de Jesus Crucificado, pároco da Catedral Nossa Senhora do Rosário, Chanceler Diocesano, Assessor Eclesiástico da Juventude independente Católica e Juventude operária católica e diretor espiritual de Nossa Senhora.
Como pároco tomou posse da paróquia São Benedito, em Santos, onde ficou de 1968 a 1975. Em 1985, tornou-se pároco da paróquia Jesus Crucificado onde ficou até 1993. Neste mesmo ano, retornou com pároco da paróquia de São Benedito, quando em 1997 passou a atuar como pároco emérito.
Em meados de 1997, Monsenhor Ary sofreu dois acidentes vascular cerebral, que comprometeram significativamente sua saúde, impossibilitando para atividade pastoral.
Depois do primeiro acidente, ele passou a morar com o casal Janice e Pasqual, membros da Paróquia São Benedito, recebendo todos os cuidados para sua recuperação, mas em decorrência do segundo AVC foi transferido para Beneficência Portuguesa e em 2003, passou a morar na recém construida Casa São José, criada com a finalidade de acolher os padres idosos de nossa Diocese.
Levando uma vida muito discreta e sendo um homem de silêncio, há poucos registros escritos da vida e obra de Monsenhor Ary, Um dos poucos escritos é este encontrado na revista comemorativa de 50 anos do Seminário Diocesano São José:
"Revista comemorativa dos 50 anos - Seminário São José (março de 1998 - pag. 34).
Devo dizer, inicialmente, que sou fruto indireto da graça de Deus, sempre gostei de estudar, mas não teria possibilidade de prosseguir além dos três anos de escola primária da minha terra.
Meu pai deve ter manifestado sua frustração ao Pe. Vigário ( Paschoal Cassesi) e ele, atendendo ao apelo do sangue italiano, prontificou-se a me colocar nos Paulinos, recém chegados ao Brasil.
E lá fui eu, ribeirinho, aos treze anos, conviver com padres italianos. Lembro-me, que logo nos primeiros dias, um carro pegou fogo no posto de gasolina que ficava em frente ao seminário. E guando um italiano contava ao outro, dizia ¨brucia, brucia¨eu ficava me perguntando: será que é hoje o dia das bruxas?
Mas, deixando de lado o folclore, lá fiquei um ano. Neste tempo o Pe. Cassesi já falara com o novo Bispo de Santos, Dom Paulo de Tarso, que apoiou as manobras para me passar para o seminário de Pirapora, onde estudavam os seminaristas da Diocese.
Assim, os Paulinos perderam um jornalista e a Diocese começou a investir num futuro Monsenhor.
Ai, o exemplo do Pe. Cassesi foi me contaminando e eu fui assumindo a ideia de ser um dia como ele ( Pe. Cassesi atendia, na época, Prainha ( hoje Miracatu e Juquiá, com inumeráveis capelas e apenas o trenzinho da Sorocabana como condução. Eu o via, sentado no fundo de canoas, montado a cavalo, e a pé, com pesada mala nos ombros, subindo e descendo do trem em movimento).
Então assumi a vocação e com dístico orientador do meu sacerdócio, escolhi a palavra do profeta Jeremias: ¨Seduxisti me, Domine, et seductus sum¨. É: seduziste-me, senhor, e fui seduzido ( Jer 20,7 ).
N.B Se tivesse conhecido a tradução que a Bíblia CEB apresenta, certamente não teria usado essa frase. A sonoridade do latim e a maneira como Deus age em nossa vida, me levaram a isso.¨
Monsenhor Ari.
Um bonito e breve relato histórico, informativo da Diocese de Santos que nos presenteia o quanto foi e é importante o Monsenhor Ari para a nossa Juquiá e representou muito bem a todos os ribeirinhos, obrigado filho de Juquiá.
Reinaldo Gueldini ponta direita goleador.
Reinaldo, ex-ponta-direita (nota 7.8) do América do Rio e do Flamengo, nasceu em São Vicente SP no dia 5 de janeiro de 1954.
Um ponta agressivo, corajoso e goleador, Reinaldo partia firme pra cima do lateral.
Foi um grande amigo de Rondinelli que o definia como atacante ¨Deus da raça¨que corria demais.
Final dos anos 70 e 2014.
Reinaldo no Flamengo.
Fotos e dados da pesquisa encontrados na internet no Terceiro tempo.
Amigos de Juquiá sempre consideraram um craque e ídolo de jovens de sua época aqui na cidade.
Sua família morou em Juquiá e seu irmão sempre é visto pela cidade e indagado para falar por onde anda o craque.
Reinaldo jogou no México Monte Rei onde é lembrado por seus gols e grande futebol.
Reinaldo jovem de nossa região que fez sua história no futebol em grandes clube e jogou ao lado de jogadores memoráveis para nós é orgulho e sempre deve ser lembrado.
quinta-feira, 11 de junho de 2015
Costureira de Juquiá morava em Hiroshima quando explodiu a bomba.
Uma reportagem de A Tribuna do Ribeira de 9 a 15 de agosto de 1980.
Texto Rafael Guelta
Juquiá - A costureira Massako Matsumoto, que hoje reside e trabalha em Juquiá, morava em Hiroshima quando a bomba foi detonada. Ela estava varrendo a sala de sua residência, no bairro Ushitamati, distante quatro quilômetros do centro, quando ocorreu a explosão. Viu uma espécie de re-lâmpago amarelo e a seguir, a fumaça preta tomar conta de todo o céu da cidade.Sua mãe Miyoko Setogushi que tinha 45 anos de idade, morreu pouco mais de um mês depois, vitima dos efeitos provocados pela radioatividade da bomba.
Massako é um dos raros sobre viventes de Hiroshima no Brasil.
Segunda feira 6 de agosto de 1945. A população de Hiroshima (Japão) amanheceu agitada com a noticia de que um avião B-29, da força aérea dos Estados Unidos jogaria uma bomba recém inventada sobre a cidade segundo os americanos, a mais potente de todas que se usara até então na guerra entre os dois países. A radio japonesa, em cadeia nacional, fez o comunicado bem cedo por volta das 6 horas, e acrescentou que o avião, a essa hora, já deveria estar sobrevoando Hiroshima.
Há quatro quilômetros do centro da cidade, num bairro chamado Ushiamati, Massako, 20 anos
solteira, nascida em Ehime e criada em Hiroshima, varria a sala de sua residência ouviu o noticiário pela radio e ficou alerta como determinavam as autoridades japonesas. Ela trabalhava no escritório Mtsuibussau, no centro da cidade, mas neste dia faltou ao emprego para terminar a costura de um vestido, que iniciara no domingo.
Fazia calor em Hiroshima , o céu estava limpo. Seis e meia e não se ouvia o ronco do motor do avião, Massako relaxou o corpo, foi fazer outros trabalhos domésticos e esquecer completamente a ameaça. Minutos depois, a radio japonesa, novamente em cadeia nacional desmentia a notícia, tudo corria normalmente em Hiroshima, uma cidade que até então não havia sido atacada por uma única bomba, apesar de o conflito entre Estados Unidos e Japão ter chegado a níveis bastantes tensos.
O relógio de parede marcava exatamente 8:15 horas quando Massako ouviu o ronco de um motor de avião sobrevoando Hiroshima mal teve tempo de correr a janela para observar o que acontecia. Viu o que ela define como "uma espécie de relâmpago amarelo", que tomou conta de todo o céu da cidade. Depois o barulho de uma explosão, bastante prolongado. A casa balançou o forro caiu e várias paredes racharam. A irmã Kumie e a avó Kame que estavam em outros aposentos não sofreram ferimentos, nem ela.
Massako pensou que a bomba tinha caído em sua casa, correu para a janela desesperada e viu o céu completamente tomado por uma fumaça preta. Lembrou da mãe, dona Miyoko Setogushi, que trabalhava no centro da cidade e tinha 45 anos. Saiu para o quintal e conversou com os vizinhos, igualmente desesperados ninguém, sabia, que a primeira bomba atômica construída pelos Estados Unidos acabara de ser detonada, dando um outro destino às relações entre as principais potências do mundo.
Mulher simples mais profundamente marcada pelas dores que viveu na juventude, Massako Matsumoto hoje com 55 anos, mora em Juquiá, cidade do vale do ribeira, mãe de quatro filhos, esposa do bicicleteiro Takemitso Matsumoto e proprietaria de um atelier de costura no centro da cidade lembra com detalhes de tudo que aconteceu no dia 6 de agosto de 1945. Hoje ela vai dedicar a um minuto de silencio à memória de sua mãe que foi uma da vitimas da radioatividade da bomba atômica. E aproveitara para pedir a Deus que reforce o espirito de compreensão entre os homens.
"As lembranças que trago de Hiroshima - recorda dona Massako - é coisa que vou carregar pra sempre como um marco de minha vida. Faz 35 anos mas parece que foi hoje. Lembro nitidamente da fumaça preta no céu, da chuva preta que caiu durante três dias e da cor amarelada que ficou no céu de Hiroshima durante a noite. Lembro dos sobre viventes gravemente feridos que foram socorridos em minha casa. Muito morreram e eu ajudei a crema-los outros sobreviveram mas ficaram com marcas físicas irreparáveis. E outros ainda que não mostravam o minimo sinal de ferimentos físicos, morreram poucos dias depois da explosão, vitimas da radioatividade, como minha mãe que era uma mulher forte."
Bem que dona Massako gostaria de apagar definitivamente de sua memória a imagem da destruição de Hiroshima. Mas ela mesmo vontade. "Eu gostaria de esquecer, por exemplo - prossegue - da morte de minha mãe. Ela trabalhava no centro de Hiroshima e foi para lá normalmente naquela segunda feira e voltou para casa muito assustada, mas sem o menor sinal de ter sofrido algum mal. Depois de 15 dias o cabelo dela começou a cair, inexplicavelmente chamamos um médico mas nada foi diagnosticado surgiram pintas vermelhas pelo corpo, que sangravam bastante. Depois começou a perder muito sangue pela boca, tinha febre de 40 graus e ficou totalmente sem apetite. Nenhum médico sabia diagnosticar a doença, e ela morreu pouco mais de um mês depois da explosão¨".
Massako só teve coragem de ir para o centro de Hiroshima no dia 9 de agosto - três dias depois, justamente quando os Estados Unidos detonavam uma outra bomba atômica em Nagasaki, colocando um ponto final na guerra - que seria decretada oficialmente no dia 15 de agosto de 1945, não havia movimento nas ruas, nem o barulho das máquinas trabalhando nas fábricas, nem ônibus e bondes circulando na avenidas, Sucediam-se minutos de silêncio que de repente eram interrompidos por gritos de dor e revolta daqueles que assistiam penalizados a destruição de uma das maiores cidades do interior do Japão. As casas estavam caídas (como se tivessem implodido) e os mortos eram colocados em beira de estradas.
"É impossível esquecer as cenas que vi naquele dia - continua dona Massako Tinha por exemplo um homem que estava subindo num bonde talvez indo trabalhar, seu corpo estava totalmente carbonizado de pé, segurando na maçaneta da porta do bonde. Numa praça havia uma mulher sentada embalando o filho ainda de colo, os dois estavam totalmente carbonizados, havia também pessoas que gemiam de dor, mas era impossível salva-las estavam queimadas deformadas, caíam pedaços de seus corpos o exercito Japonês que foi socorrer imediatamente tentava fazer alguma coisa. Uma coisa interessante é que não vi muito sangue a bomba não provocou derramamento de sangue."
Hiroshima era além de uma das maiores cidades do Japão a capital do estado de Hiroshima na época um dos mais promissores do Japão. E dona Massako lembra muito bem no momento em que encontrou nas ruas destruídas da cidade um velho conhecido, "Ele olhou pra mim um tanto quanto surpreso e disse "Nossa! Você ainda esta viva?" Era assim que se tratavam todas as pessoas que se encontravam naqueles dias. "E isso tornava nosso relacionamento ainda mais doloroso. Mas não lembro de ter havido revolta por parte das pessoas.
Apenas choravam a morte de um povo, de uma cidade."...
Dona Massako recorda que ninguém conhecia no Japão, o tipo de bomba que havia sido atirada em Hiroshima o exercito japonês não acreditava que perderia a guerra e o pensamento geral era lutar até a morte do ultimo habitante do país, soube-se mais tarde que a escolha de Hiroshima para explosão da primeira bomba atômica devia-se ao bom tempo que fazia na cidade, porque a bomba precisava de sol para espalhar seus efeitos destruidores.
No dia 15 de agosto de 1945 quando foi decretado o fim da guerra, soldados norte americanos ocuparam totalmente o Japão e dirigiram-se em grande quantidade para os escombros de Hiroshima dona Massako viu alguns dele de perto: "Ficavam petrificados guando viam o estado da cidade as pessoas queimadas, mortos vivos gemendo no chão não acreditavam que seu país tivesse cometido aquela barbaridade. Eles ajudavam os soldados japoneses a cremar os mortos. E prestavam como eu prestei socorro a pessoas atingidas pela radioatividade, lembro que cheguei a tirar colheres de crosta de sangue das bocas dessas pessoas, que estavam com a respiração entupida.
No escritório onde eu trabalhava, todos os faxineiros foram encontrados mortos.
Varias manifestações religiosas foram realizadas no Japão, em memória dos mortos de Hiroshima e Nagasaki. E a medicina do país, contando com a ajuda de médicos norte americanos que conheciam profundamente a constituição da bomba atômicas, acabou por descobrir quais os efeitos emitidos pela radioatividade: diminuição dos glóbulos brancos no sangue ( uma espécie de oposto da leucemia, que deixava as pessoas sem as minimas defesas orgânicas naturais.
Até hoje dona Massako garante que não teve o minimo problema com a radioatividade da bomba."Nunca fiquei doente de cama só mesmo algumas gripes eves, que se cura com esses comprimidos que se compra até em bares."
Depois do fatídico 6 de agosto permaneceu em Hiroshima por mais cinco anos, onde se casou com Takemitso e teve dois filhos, antes de vir para o Brasil.
"Vim para o Brasil por desejo de meu marido recorda dona Massako, Takemitso era soldado da marinha estava servindo na Indonésia quando a bomba explodiu em Hiroshima, e depois que a guerra terminou, com a invasão dos americanos, o exercito japonês foi praticamente extinto. Meu marido ficou sem trabalho, pensando também nas amargas lembranças que tínhamos da guerra resolveu mudar de país, de clima, de vida, de tudo, escolheu o Brasil porque aqui é um país pacífico, sem racismo, e além do mais, porque sabia da existência de várias colônias japonesas aqui.
A família Matsumoto desembarcou no porto de Santos no dia 15 de agosto de 1956 - justamente quando se comemorava onze anos do fim da guerra entre Japão e EUA com pouco dinheiro mas com muita disposição de trabalho, foi para um lugarejo distante 30 quilômetros de Paranavaí ( Paraná) trabalhar na lavoura de café da fazenda Real.
"Não conhecíamos nada do Brasil. E como vários estrangeiros ouvíamos dizer que aqui tinha muito índios - confessa dona Massako viajamos de caminhão para Paranavaí e eu cheguei a sentir muito medo, tinha partes do percurso em que os cipós tomavam completamente as estradas e o motorista do caminhão era obrigado a sair da cabina para costa-los, num trecho ouvi sapos coachando e pensei que fossem índios demorei pouco tempo para me adaptar e hoje só sinto dificuldades em entender mais profundamente as raízes da cultura brasileira porque não sei ler em português."
Um ano foi o período que a família ficou em Paranavaí, depois vieram novos empregos na lavoura de café, em Maringá até que, reunindo algumas economias, os Matsumoto compraram uma pequena extensão de terras, 10 algueires entre Pariquera Açu e Iguape, onde tentaram vencer plantando arroz e banana.
"Mas a terra era infelizmente muito fraca - diz dona Massako tivemos um grande prejuízo e resolvemos parar de vez com a lavoura, viemos para Juquiá onde vivemos há 16 anos. Aqui meu marido se tornou bicícleteiro e eu apesar de conhecer bastante o ramo de contabilidade, acabei me tornando costureira porque não sei ler nem escrever em português. Apesar da lembranças, somos hoje uma família feliz, que procura viver para uma comunidade porque a dor extrema que sentimos nos ensinou a ter mais esperança no futuro da humanidade."
Hoje, dona Massako ouve indiferente todo tipo de comentário que se faz sobre a instalação de duas usinas atômicas em Peruíbe e Iguape, municípios do vale do ribeira como Juquiá mesmo afirmando que tem medo de sérios conflitos porque o armamento mundial é cada vez maior, diz que prefere não emitir opinião quanto a vinda de usinas nucleares para o Brasil, porque esse é assunto para o governo quer apenas que o seu otimismo seja transmitido às pessoas. "Eu gostaria de voltar a Hiroshima a passeio quero ver a cidade bonita que ela é hoje e provar a todos que a força do homem é superior a potência da bomba atômica - finaliza.
Observação: Dona Massako morreu vinte oito de novembro 2010, deixando muita saudade à familiares parentes e amigos que a conheceram e sempre à admiraram.
A opinião da colônia
Falando em nome da colônia japonesa de Registro do qual é presidente, Fusaji Okamoto, deu seu depoimento sobre a tragedia de Hiroshima, cuja a tônica foi a necessidade da humanidade evitar as guerras. Na opinião de Okamoto, o que mais revoltou os homens e notadamente os japoneses foi o fato de a bomba ter sido jogada sobre a população alheia a guerra.
"Naquele eu já estava no Brasil mas, mesmo assim eu e toda a colônia japonesa não nos conformamos com a tragédia," afirmou o presidente, da colônia, explicando: " lá (Hiroshima) não era campo de batalha quem morreu foi o povo não militares, soldados. Morreu gente.... morreram a toa".
Okamoto disse ainda que "num campo de batalha tem que se matar, senão é morre mas Hiroshima estava distante disso." Logo após a guerra, segundo o presidente da colônia japonesa. os imigrantes do japão residentes em Registro, reuniam-se anualmente para relembrar a data da explosão das bombas em Hiroshima e em Nagasaki.
As reuniões foram deixadas de lado porém, " quando cada imigrante lembra-se da tragédia, pensa, com toda esperança, que essa pagina triste da história nunca mais se repetira."
Texto Rafael Guelta
Juquiá - A costureira Massako Matsumoto, que hoje reside e trabalha em Juquiá, morava em Hiroshima quando a bomba foi detonada. Ela estava varrendo a sala de sua residência, no bairro Ushitamati, distante quatro quilômetros do centro, quando ocorreu a explosão. Viu uma espécie de re-lâmpago amarelo e a seguir, a fumaça preta tomar conta de todo o céu da cidade.Sua mãe Miyoko Setogushi que tinha 45 anos de idade, morreu pouco mais de um mês depois, vitima dos efeitos provocados pela radioatividade da bomba.
Massako é um dos raros sobre viventes de Hiroshima no Brasil.
Segunda feira 6 de agosto de 1945. A população de Hiroshima (Japão) amanheceu agitada com a noticia de que um avião B-29, da força aérea dos Estados Unidos jogaria uma bomba recém inventada sobre a cidade segundo os americanos, a mais potente de todas que se usara até então na guerra entre os dois países. A radio japonesa, em cadeia nacional, fez o comunicado bem cedo por volta das 6 horas, e acrescentou que o avião, a essa hora, já deveria estar sobrevoando Hiroshima.
Há quatro quilômetros do centro da cidade, num bairro chamado Ushiamati, Massako, 20 anos
solteira, nascida em Ehime e criada em Hiroshima, varria a sala de sua residência ouviu o noticiário pela radio e ficou alerta como determinavam as autoridades japonesas. Ela trabalhava no escritório Mtsuibussau, no centro da cidade, mas neste dia faltou ao emprego para terminar a costura de um vestido, que iniciara no domingo.
Fazia calor em Hiroshima , o céu estava limpo. Seis e meia e não se ouvia o ronco do motor do avião, Massako relaxou o corpo, foi fazer outros trabalhos domésticos e esquecer completamente a ameaça. Minutos depois, a radio japonesa, novamente em cadeia nacional desmentia a notícia, tudo corria normalmente em Hiroshima, uma cidade que até então não havia sido atacada por uma única bomba, apesar de o conflito entre Estados Unidos e Japão ter chegado a níveis bastantes tensos.
O relógio de parede marcava exatamente 8:15 horas quando Massako ouviu o ronco de um motor de avião sobrevoando Hiroshima mal teve tempo de correr a janela para observar o que acontecia. Viu o que ela define como "uma espécie de relâmpago amarelo", que tomou conta de todo o céu da cidade. Depois o barulho de uma explosão, bastante prolongado. A casa balançou o forro caiu e várias paredes racharam. A irmã Kumie e a avó Kame que estavam em outros aposentos não sofreram ferimentos, nem ela.
Massako pensou que a bomba tinha caído em sua casa, correu para a janela desesperada e viu o céu completamente tomado por uma fumaça preta. Lembrou da mãe, dona Miyoko Setogushi, que trabalhava no centro da cidade e tinha 45 anos. Saiu para o quintal e conversou com os vizinhos, igualmente desesperados ninguém, sabia, que a primeira bomba atômica construída pelos Estados Unidos acabara de ser detonada, dando um outro destino às relações entre as principais potências do mundo.
Mulher simples mais profundamente marcada pelas dores que viveu na juventude, Massako Matsumoto hoje com 55 anos, mora em Juquiá, cidade do vale do ribeira, mãe de quatro filhos, esposa do bicicleteiro Takemitso Matsumoto e proprietaria de um atelier de costura no centro da cidade lembra com detalhes de tudo que aconteceu no dia 6 de agosto de 1945. Hoje ela vai dedicar a um minuto de silencio à memória de sua mãe que foi uma da vitimas da radioatividade da bomba atômica. E aproveitara para pedir a Deus que reforce o espirito de compreensão entre os homens.
"As lembranças que trago de Hiroshima - recorda dona Massako - é coisa que vou carregar pra sempre como um marco de minha vida. Faz 35 anos mas parece que foi hoje. Lembro nitidamente da fumaça preta no céu, da chuva preta que caiu durante três dias e da cor amarelada que ficou no céu de Hiroshima durante a noite. Lembro dos sobre viventes gravemente feridos que foram socorridos em minha casa. Muito morreram e eu ajudei a crema-los outros sobreviveram mas ficaram com marcas físicas irreparáveis. E outros ainda que não mostravam o minimo sinal de ferimentos físicos, morreram poucos dias depois da explosão, vitimas da radioatividade, como minha mãe que era uma mulher forte."
Bem que dona Massako gostaria de apagar definitivamente de sua memória a imagem da destruição de Hiroshima. Mas ela mesmo vontade. "Eu gostaria de esquecer, por exemplo - prossegue - da morte de minha mãe. Ela trabalhava no centro de Hiroshima e foi para lá normalmente naquela segunda feira e voltou para casa muito assustada, mas sem o menor sinal de ter sofrido algum mal. Depois de 15 dias o cabelo dela começou a cair, inexplicavelmente chamamos um médico mas nada foi diagnosticado surgiram pintas vermelhas pelo corpo, que sangravam bastante. Depois começou a perder muito sangue pela boca, tinha febre de 40 graus e ficou totalmente sem apetite. Nenhum médico sabia diagnosticar a doença, e ela morreu pouco mais de um mês depois da explosão¨".
Massako só teve coragem de ir para o centro de Hiroshima no dia 9 de agosto - três dias depois, justamente quando os Estados Unidos detonavam uma outra bomba atômica em Nagasaki, colocando um ponto final na guerra - que seria decretada oficialmente no dia 15 de agosto de 1945, não havia movimento nas ruas, nem o barulho das máquinas trabalhando nas fábricas, nem ônibus e bondes circulando na avenidas, Sucediam-se minutos de silêncio que de repente eram interrompidos por gritos de dor e revolta daqueles que assistiam penalizados a destruição de uma das maiores cidades do interior do Japão. As casas estavam caídas (como se tivessem implodido) e os mortos eram colocados em beira de estradas.
"É impossível esquecer as cenas que vi naquele dia - continua dona Massako Tinha por exemplo um homem que estava subindo num bonde talvez indo trabalhar, seu corpo estava totalmente carbonizado de pé, segurando na maçaneta da porta do bonde. Numa praça havia uma mulher sentada embalando o filho ainda de colo, os dois estavam totalmente carbonizados, havia também pessoas que gemiam de dor, mas era impossível salva-las estavam queimadas deformadas, caíam pedaços de seus corpos o exercito Japonês que foi socorrer imediatamente tentava fazer alguma coisa. Uma coisa interessante é que não vi muito sangue a bomba não provocou derramamento de sangue."
Hiroshima era além de uma das maiores cidades do Japão a capital do estado de Hiroshima na época um dos mais promissores do Japão. E dona Massako lembra muito bem no momento em que encontrou nas ruas destruídas da cidade um velho conhecido, "Ele olhou pra mim um tanto quanto surpreso e disse "Nossa! Você ainda esta viva?" Era assim que se tratavam todas as pessoas que se encontravam naqueles dias. "E isso tornava nosso relacionamento ainda mais doloroso. Mas não lembro de ter havido revolta por parte das pessoas.
Apenas choravam a morte de um povo, de uma cidade."...
Dona Massako recorda que ninguém conhecia no Japão, o tipo de bomba que havia sido atirada em Hiroshima o exercito japonês não acreditava que perderia a guerra e o pensamento geral era lutar até a morte do ultimo habitante do país, soube-se mais tarde que a escolha de Hiroshima para explosão da primeira bomba atômica devia-se ao bom tempo que fazia na cidade, porque a bomba precisava de sol para espalhar seus efeitos destruidores.
No dia 15 de agosto de 1945 quando foi decretado o fim da guerra, soldados norte americanos ocuparam totalmente o Japão e dirigiram-se em grande quantidade para os escombros de Hiroshima dona Massako viu alguns dele de perto: "Ficavam petrificados guando viam o estado da cidade as pessoas queimadas, mortos vivos gemendo no chão não acreditavam que seu país tivesse cometido aquela barbaridade. Eles ajudavam os soldados japoneses a cremar os mortos. E prestavam como eu prestei socorro a pessoas atingidas pela radioatividade, lembro que cheguei a tirar colheres de crosta de sangue das bocas dessas pessoas, que estavam com a respiração entupida.
No escritório onde eu trabalhava, todos os faxineiros foram encontrados mortos.
Varias manifestações religiosas foram realizadas no Japão, em memória dos mortos de Hiroshima e Nagasaki. E a medicina do país, contando com a ajuda de médicos norte americanos que conheciam profundamente a constituição da bomba atômicas, acabou por descobrir quais os efeitos emitidos pela radioatividade: diminuição dos glóbulos brancos no sangue ( uma espécie de oposto da leucemia, que deixava as pessoas sem as minimas defesas orgânicas naturais.
Até hoje dona Massako garante que não teve o minimo problema com a radioatividade da bomba."Nunca fiquei doente de cama só mesmo algumas gripes eves, que se cura com esses comprimidos que se compra até em bares."
Depois do fatídico 6 de agosto permaneceu em Hiroshima por mais cinco anos, onde se casou com Takemitso e teve dois filhos, antes de vir para o Brasil.
"Vim para o Brasil por desejo de meu marido recorda dona Massako, Takemitso era soldado da marinha estava servindo na Indonésia quando a bomba explodiu em Hiroshima, e depois que a guerra terminou, com a invasão dos americanos, o exercito japonês foi praticamente extinto. Meu marido ficou sem trabalho, pensando também nas amargas lembranças que tínhamos da guerra resolveu mudar de país, de clima, de vida, de tudo, escolheu o Brasil porque aqui é um país pacífico, sem racismo, e além do mais, porque sabia da existência de várias colônias japonesas aqui.
A família Matsumoto desembarcou no porto de Santos no dia 15 de agosto de 1956 - justamente quando se comemorava onze anos do fim da guerra entre Japão e EUA com pouco dinheiro mas com muita disposição de trabalho, foi para um lugarejo distante 30 quilômetros de Paranavaí ( Paraná) trabalhar na lavoura de café da fazenda Real.
"Não conhecíamos nada do Brasil. E como vários estrangeiros ouvíamos dizer que aqui tinha muito índios - confessa dona Massako viajamos de caminhão para Paranavaí e eu cheguei a sentir muito medo, tinha partes do percurso em que os cipós tomavam completamente as estradas e o motorista do caminhão era obrigado a sair da cabina para costa-los, num trecho ouvi sapos coachando e pensei que fossem índios demorei pouco tempo para me adaptar e hoje só sinto dificuldades em entender mais profundamente as raízes da cultura brasileira porque não sei ler em português."
Um ano foi o período que a família ficou em Paranavaí, depois vieram novos empregos na lavoura de café, em Maringá até que, reunindo algumas economias, os Matsumoto compraram uma pequena extensão de terras, 10 algueires entre Pariquera Açu e Iguape, onde tentaram vencer plantando arroz e banana.
"Mas a terra era infelizmente muito fraca - diz dona Massako tivemos um grande prejuízo e resolvemos parar de vez com a lavoura, viemos para Juquiá onde vivemos há 16 anos. Aqui meu marido se tornou bicícleteiro e eu apesar de conhecer bastante o ramo de contabilidade, acabei me tornando costureira porque não sei ler nem escrever em português. Apesar da lembranças, somos hoje uma família feliz, que procura viver para uma comunidade porque a dor extrema que sentimos nos ensinou a ter mais esperança no futuro da humanidade."
Hoje, dona Massako ouve indiferente todo tipo de comentário que se faz sobre a instalação de duas usinas atômicas em Peruíbe e Iguape, municípios do vale do ribeira como Juquiá mesmo afirmando que tem medo de sérios conflitos porque o armamento mundial é cada vez maior, diz que prefere não emitir opinião quanto a vinda de usinas nucleares para o Brasil, porque esse é assunto para o governo quer apenas que o seu otimismo seja transmitido às pessoas. "Eu gostaria de voltar a Hiroshima a passeio quero ver a cidade bonita que ela é hoje e provar a todos que a força do homem é superior a potência da bomba atômica - finaliza.
Observação: Dona Massako morreu vinte oito de novembro 2010, deixando muita saudade à familiares parentes e amigos que a conheceram e sempre à admiraram.
A opinião da colônia
Falando em nome da colônia japonesa de Registro do qual é presidente, Fusaji Okamoto, deu seu depoimento sobre a tragedia de Hiroshima, cuja a tônica foi a necessidade da humanidade evitar as guerras. Na opinião de Okamoto, o que mais revoltou os homens e notadamente os japoneses foi o fato de a bomba ter sido jogada sobre a população alheia a guerra.
"Naquele eu já estava no Brasil mas, mesmo assim eu e toda a colônia japonesa não nos conformamos com a tragédia," afirmou o presidente, da colônia, explicando: " lá (Hiroshima) não era campo de batalha quem morreu foi o povo não militares, soldados. Morreu gente.... morreram a toa".
Okamoto disse ainda que "num campo de batalha tem que se matar, senão é morre mas Hiroshima estava distante disso." Logo após a guerra, segundo o presidente da colônia japonesa. os imigrantes do japão residentes em Registro, reuniam-se anualmente para relembrar a data da explosão das bombas em Hiroshima e em Nagasaki.
As reuniões foram deixadas de lado porém, " quando cada imigrante lembra-se da tragédia, pensa, com toda esperança, que essa pagina triste da história nunca mais se repetira."
Pesquisa A tribuna
Era uma manhã muito clara de 6 de agosto de 1945, quando Hiroshima foi escolhida - entre três cidades previamente selecionadas - pela tripulação do avião norte americano para o alvo da bomba atômica. Eram exatamente 8:15 h quando a bomba de quatro toneladas de peso com a carga de um quilo de urânio ( equivalente a vinte mil toneladas de pólvora) foi lançada sobre a cidade.
Não se sabe até hoje o numero exato de vitimas fatais, mas calcula-se que 100 mil pessoas morrem por ocasião da explosão e outras 100 mil pelos efeitos da bomba: ferimentos graves, doenças no sangue, e outras causas, Hiroshima era uma cidade aproximadamente de 400 mil habitantes e foi quase totalmente destruída. Apenas duas ou três estrutura de concreto conseguiram resistir a bomba.
Mas não foi apenas o fato de apresentar o dia mais claro, com o céu azul e límpido, que fez Hiroshima a cidade escolhida. Os americanos queriam jogar a bomba sobre uma cidade que ainda não tivesse ainda sido bombardeada. Para avaliar com mais precisão os efeitos destruidores da nova arma.
Sem duvida os resultados superaram as expectativas. O próprio presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, a bordo do navio de guerra SS Augusta, de volta da conferência de Potsdam, onde havia se reunido com Stalin e Churchill, declarou: "Acabamos de lançar uma bomba no Japão que tem mais poder que vinte mil toneladas de TNT. Foi um sucesso total. Ganhamos a parada. É o maior feito da história." Os oficiais do navio gritaram e aplaudiram.
A bomba que tinha como código o nome de "Litle Boy", foi lançada de cerca de nove mil metros de altura do avião B 29 "Enola Gay", e explodiu 43 segundos mais tarde a 570 metros do chão.
Uma bola de fogo de 150 metros irradiou ondas incandescentes de nove mil graus centigrados, a quatro quilômetros por segundos. Pouco depois, elevou-se o cogumelo atômico, que subiu vários quilômetros sobre a cidade que já havia se transformado em um deserto.
Todos o que se encontravam no epicentro da explosão simplesmente desapareceram, sem deixar rastros. E dos milhares sobre viventes, queimados e nus, que se encontravam a mais de quatro quilômetros, centenas morreram ao se lançar nos rios da cidade, cujas as águas ferviam como se estivessem em uma panela sobre o fogo.
Três dias mais tarde uma outra bomba explodia sobre Nagasaki, provocando outra 70 mil mortes e dezenas de milhares de vitimas.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Galeria dos Prefeitos de Juquiá.
Prefeitos de Juquiá desde sua emancipação politica até os dias atuais.
1ª Legislatura 1949 a 1952 – Olímpio adorno Vassão.
Vice - Rosalino Trigo.
Vereadores:
01-Abel de Oliveira Vassão.
02-Amaro Veiga Martins.
03-Belmiro do Vale.
04-Geraldo Figueiras.
05-Isaías Martins de Oliveira.
06-Joaquim Alves Carneiro Junior.
07-Joaquim Camargo Junior.
08-José Miadaira.
09-Liberato Lino Muniz.
10-Mário Tamada.
11-Octaviano Constante de Oliveira.
12-Walter de Brito Rangel.
13-Williz Banks Leite.
2ª Legislatura1953 a 1956 - Prefeito Francisco Haytzmann.
Vereadores:
01-Antonio Adriano Sanches.
02-Darwille Zicardi.
03-Francisco Dias De Oliveira.
04-Joaquim Ribeiro Chaves.
05-Jose Miadaira.
06-Manoel Soares da Costa.
07-Olimpío Adorno Vassão.
08-Silvano Geraldo Hase.
09-Stélio Barbosa Soares.
10-Venâncio Marques Patrício.
11-Willis Banks Leite.
3ª LEGISLATURA 1957 a 1960 - Prefeito Olímpio Adorno Vassão.
Vereadores:
01-Matatias Vassão.
02-Antonio José de Souza Filho.
03-Cézero Florêncio.
04-Hitoshi Omiya.
05-José Camargo de Andrade.
06-Seiske Hanashiro.
07-Manoel Soares da Costa.
08-José Teixeira.
09-João Calisto Barbosa.
10-Henrique Morato de Pontes.
11-Pedro Vieira de Camargo.
4ª LEGISLATURA 1961 a 1962 - Prefeito Francisco Haitzmann.
Vice - Prefeito José Miadaira.
Vereadores:
01-Ozi Vieira.
02-Hitoshi Omiya.
03-Antônio José de Souza Filho.
04-Manoel Soares da Costa.
05-Seiske Hanashiro.
06-Armando Jaze.
07-Ivaldo Machado Soares de Araújo.
08-Geraldo da Silva Ribeiro.
09-Mário Tamada.
10-Jacyr Apollo dos Santos.
11-José Talib / Lincoln G. de Adorno Vassão.
Histórico: Francisco Haytzamann legislou de 1961/1962, por ter feito uma inscrição para fiscal de renda em Santos foi aprovado e chamado para ocupar o cargo, deixando a prefeitura para seu vice José Miadaira.
Vale lembrar que ele segundo amigos próximos da época assumiu a prefeitura em condições difíceis com os funcionário sem pagamentos e que eram encaminhados por ele para comprar o necessário em um em um armazém na época.
Para que não deixasse o mandato para o seu sucessor com pendencias feita por ele; o Sr. Francisco quitou a divida da prefeitura com o armazém, oferecendo sua casa no centro da cidade o qual foi aceito pelo dono do armazém.
Assim feito deixou a prefeitura sem pendências e tudo em perfeita ordem para seu vice.
Obs: Relatei esse fato porque quando o Sr. Francisco voltou à Juquiá e tentou o seu terceiro mandato à prefeitura esse fato foi muito explorado por seus concorrentes, dizendo que ele havia abandonado a prefeitura no passado.
1962 a 1965 - Prefeito José Miadaira
Vice - Prefeito
Vice - Prefeito
5ª LEGISLATURA 1965 a 1969 - Prefeito Manoel Soares da Costa
Vice - Prefeito Nelson Salvador.
Vice - Prefeito Nelson Salvador.
Vereadores:
01-Seiske Hanashiro.
02-Jacyr Apollo dos Santos.
03-Armando Jaze.
04-Geraldo da Silva Ribeiro.
05-Tamiro Matsussue.
06-Manoel Alves Patricío.
07-Said Apaz.
08-Abdias Francisco Florêncio.
09-Zanita Yamamoto.
10-Erasmo Franco de Oliveira.
11-Matatias Vassão.
6ª LEGISLATURA 1969 a 1973 - Prefeito Nelson Salvador, nascido 03/02/1931 em Campinas SP, falecido 09/09/2014.
Vice - Prefeito Manoel Alves Patrício.
Vice - Prefeito Manoel Alves Patrício.
Vereadores:
01-José Talib.
02-Mário Tamada.
03-Waldir Sega.
04-Said Apaz.
05-Elias Rocha.
06-Armando Jaze.
07-João Filippini Junior.
08-Octácilio de Magalhães.
09-Geraldo da Silva Ribeiro.
.
7ª LEGISLATURA 1973 a 1977 - Prefeito Manoel Soares da Costa.
Vice - Prefeito Erlito Ferreira Cavalcante.
Vice - Prefeito Erlito Ferreira Cavalcante.
Vereadores:
01-Armando Jaze.
02-Benedito Jayme.
03-Geraldo da Silva Ribeiro.
04-Jacyr Apollo dos Santos.
05-Joaquim Ribeiro Chaves.
06-Joel Pereira de Camargo.
07-José Talib.
08-Ozi Vieira de França.
09-Queied Jaze.
8ª LEGISLATURA 1977 a 1983 - Prefeito Erlito Ferreira Cavalcante,nascido 08/09/1939 CE, falecido em 12/04/2014.
Vice - Prefeito Antonio José de Souza Filho. .
Vice - Prefeito Antonio José de Souza Filho. .
Vereadores:
01-Abdlhamid Hedjazi.
02-Antonio Correia de Aguiar.
03-Armando Jaze.
04-Edevardes de Souza.
05-Osvaldo Florêncio / Erasmo F. Oliveira.
06-João de Oliveira Vassão.
07-José Carlos Miadaira.
08-Queied Jaze.
09-Waldomiro Florêncio.
9ª LEGISLATURA 1983 a 1989 - Prefeito Said Apaz, nascido 28/09/1943 Juquiá SP.
Vice - Prefeito Florisval Arteiro.
Vice - Prefeito Florisval Arteiro.
Vereadores:
01-Armando Jaze.
02-Bonifácio Modesto Pereira.
03-Ciro Pereira.
04-Elizeu de Oliveira Pontes.
05-Jorge Shimoi.
06-Leôncio Horácio Muniz.
07-Nelson Salvador.
08-Nilo Pereira de Jesus.
09-Osvaldo Camargo.
10-Queied Jaze.
11-Walter Lira Sobrinho.
10ª LEGISLATURA 1989 a 1993 - Prefeito Antonio Alonso, Natural de Mirassol 05/03/1952. Faleceu 26/12/2017.
Vice - Prefeito Salah Talib.
Vice - Prefeito Salah Talib.
Vereadores:
01-Amém Gonçalves.
02-Azarias Sanches do Amaral.
03-Elizabeth Aparecida Soares Marchi.
04-Hitoshi Omiya.
05-Jessé José de Almeida.
06-José de Andrade da Nobrega.07-José Alvez Pereira.
08-Leôncio Horácio Muniz.
09-Manoel Antonio Patricio.
10-Paulo Donizete Batista.
11-Reginalice Nakao Ferreira da Silva.
12-Vera Lucia Guedes / Sérgio de J. Madeira.
13-Walter Lira Sobrinho.
11ª LEGISLATURA 1993 a 1997 - Prefeito Said Apaz, nascido 28/09/1943 Juquiá SP.
Vice - Prefeito Douglas Issamu Tamada.
Vice - Prefeito Douglas Issamu Tamada.
Vereadores:
01-Abel Vieira.
02-Ademir Muniz Leite.
03-Adilson Neves Sanches.
04-Azarias Sanches do Amaral.
05-Benedito Antonio da Silva.
06-Eli Muniz de Lima.
07-Féliz Jaze.
08-Hitoshi Omiya.
09-Joarez Sanches Muniz.
10-Nelson Salvador.
11-Reginalice Nakao Ferreira da Silva.
12-Reinaldo Francisco de Souza.
13-Walter Lira Sobrinho.
12ª LEGISLATURA 1997 a 2001 - Prefeito Douglas Issamu Tamada.
Vice - Prefeito Yvete Miyoko Hattori
Vice - Prefeito Yvete Miyoko Hattori
Vereadores:
01-Abel Vieira.
02-Ademir Muniz Leite.
03-Amém Gonçalves.
04-Azarias Sanches do Amaral.
05-Eunice da Silva Oliveira.
06-Jedias Hosana de Carvalho.
07-José Izidoro Dias (Tuchê).
08-José Luzia de Freitas (renuncia), / Maria Aparecida Cavalcante.
09-Júlio Akira Sakamoto
10-Luiz Antonio xoquito Zagui.
11-Maria Inês Martins Cavalcante.
12-Mário Sumida.
13-Walter Lira Sobrinho.
Suplentes que assumiram:
-Ercias Muniz de Lima.
-Manoel Vieira Sales.
-Ambrósio Régis Júnior.
-Aílton Martins.
13ª LEGISLATURA 2001 a 2004 - Prefeito Douglas Issamu Tamada
Vice - Prefeito Yvete Miyoko Hattori.
Vereadores:
Vice - Prefeito Yvete Miyoko Hattori.
Vereadores:
01-Amém Gonsalves.
02-Hilton Souza Sanches.
03-Ismael Jaze Neto.
04-Jedias Hosana de Carvalho.
05-Joares Sanches Muniz.
06-Júlio Aquira Sakamoto.
07-Leôncio Horácio Muniz.
08-Libério Ferreira do Nascimento.
09-Maria Inês Martins Cavalcante.
10-Mário Sumida.
11-Neusa Neves Sanches.
12-Salvador Elias Kalid.
13-Samuel Teófilo de Vasconcelos Filho.
14ª LEGISLATURA 2005 a 2008 - Prefeito Manoel Soares da Costa Filho, nascido 30-05-1951 / 11-08-2012.
Vice - Prefeito Neusa Neves Sanches
Vice - Prefeito Neusa Neves Sanches
Vereadores:
01-Gilson Roberto de Barros Maciel (PL) - 340 votos
02-Said Apaz#* (PMDB) - 247 votos (Said Apaz foi prefeito duas vezes)
03-Menélio Stanoga Will (PSC) - 239 votos
04-Amém Gonçalves+ (PMDB) - 229 votos
05-Hilton Sanches** (PL) - 216 votos
06-Maria Aparecida Cavalcanti Vila Nova* (PTB) - 211 votos
07-Ercias Muniz de Lima* (PTB) - 211 votos
08-Carlos César de Oliveira (PSC) - 194 votos
09-Luiz Roberto do Nascimento (PMDB) - 157 votos
02-Said Apaz#* (PMDB) - 247 votos (Said Apaz foi prefeito duas vezes)
03-Menélio Stanoga Will (PSC) - 239 votos
04-Amém Gonçalves+ (PMDB) - 229 votos
05-Hilton Sanches** (PL) - 216 votos
06-Maria Aparecida Cavalcanti Vila Nova* (PTB) - 211 votos
07-Ercias Muniz de Lima* (PTB) - 211 votos
08-Carlos César de Oliveira (PSC) - 194 votos
09-Luiz Roberto do Nascimento (PMDB) - 157 votos
15ª LEGISLATURA 2009 a 2012 - Prefeito Mohsen Hojeije,nascido 05/01/1950 Libano/ZZ, nascionalidade brasileira naturalizada.
Vice - Prefeita Yvete Miyoko Hattori.
Vice - Prefeita Yvete Miyoko Hattori.
Vereadores:
01-Ademir Muniz Leite.
02-Ercias Muniz de Lima.
03-José Isidoro Dias.
04-Lício de Souza Brígido.
05-Márcio Gomes da Silva.
06-Maria Inês Martins Cavalcante.
07-Nazem Jaze.
08-Paulo Bezerra de Lima.
09-Renildo de Oliveira Costa.
16ª Legislatura 2013 a 2016 - Prefeito Mohsen Hojeije, nascido 05/01/1950 Libano/ZZ, nacionalidade brasileira naturalizada.
Vice - Reginalice Nakao Ferreira da Silva, nascida 17/09/1954, brasileira nata.
Vereadores:
01-Tadeu Pereira do Amaral. (PR)
02- Ercias Muniz de Lima. (PSB)
03-Claudio Sousa dos Santos. (PTB)
04- Amen Gonçalves. (PP)
Jose Antonio Freire.
05- Antonio Xavier Cavalcante.(PSDB)
06- Maria Inês Martins Cavalcante.(PMDB)
07- Adão Albano Alves. (PSD)
Fabiano Aparacido Teixeira.
08- Elenice Rodrigues Dias Pereira. (PMDB)
09- Pablo Rodrigo da Silva Lara. (PCdoB)
10- Luis Roberto Nascimento. (DEM)
Ronaldo Oliveira Marcelino.
11- Vander Gonçalves Branco. (PSDC)
17ª Legislatura 2017 a 2020 - Prefeito: Renato Lima Soares nascido 01/07/1971, Juquiá SP.
Vice: Gilberto Tadashi Matsusue nascido 18/11/1970, Juquiá SP.
Vereadores:
01-Ronaldo de Oliveira Marcelino. (DEM)
02- Fabiano dos Santos Oliveira. (PSDB)
03-Roberto de Sousa Alves.(PMDB)
04- Nazem Jaze. (PMDB)
05- Fabiano Aparecido Teixeira.(PEN)
06- Lazaro Anunciação dos Santos.(PSDB)
07- Antonio Xavier Cavalcante.(PSDB)
08- Jose Antonio Freire. (PRB)
09- Pablo Rodrigo da Silva Lara. (PP)
10- Tadeu Pereira Amaral. (PR)
11- Jose Maria Lemos Soares. (DEM)
Dados de www.eleicoes2016.com.br/.
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