sexta-feira, 8 de junho de 2012

Inicío exportação da banana em Juquiá.

O incio da exportação da banana em Juquiá se deu através de fazendeiros japoneses que alavancaram a cultura e colocaram a fruta em lugar de destaque assim como a nossa região.
Trabalho duro como podemos ouvir em muitos relatos de agricultores antigos e uma época de ouro com  grande vontade de desenvolver a região e a agricultura que por décadas esteve no topo dos negócios.
Segue enfim a história de um desses fazendeiros que foi um grande propulsor de tudo isso:
Shiguetsuma Furuya.
Junho de 1876 (9º ano da era Meiji)
Junho de 1967 (42º ano da era Showa)
     Jornalista, diplomata e fazendeiro.
     Nasceu em Higashi Uwa gum, província de Ehime.
     Diplomou-se em Doshisha, atual Universidade de Doshisha.
     Após passagem pela empresa Mitsubishi, tornou-se repórter do periódico Kokumim Shimbum.
     Quando o então reino do Havaí negou o desembarque de emigrantes japoneses, para lá seguiu a bordo da belonave Naniwa.
     Persuadiu o proprietário do jornal Soho Tokutomi e matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Michigan.
     Após a formatura, em 1902 (35º ano da era Meiji), foi aprovado no exame de diplomata e cônsul.
     Foi sub secretário às ordens do embaixador Gonsuke Hayashi na Coréia e por ocasião da guerra russo-japonesa foi encarregado de informações secretas.
     Teve cargo também na Bélgica, onde tornou-se secretário de 2ª classe da embaixada na Grã Bretanha.
     Exerceu o cargo de Cônsul Geral em Otawa (Canadá).
     Após servir como secretário conselheiro na embaixada em Washington, assumiu a chefia de Exportação e Importação do Ministério do Exterior.
     Como o mesmo departamento cuidava da emigração, passou a preocupar-se as restrições aos imigrantes japoneses por parte dos USA.
     Passou a interessar-se pela emigração ao Brasil e, defendeu a idéia da emigração permanente, não de trabalhadores temporários (dekassegui).
     Em 1922 (11º ano da era Taisho) ocupou o cargo de embaixador Plenipotenciário no México.
     Em 1926 exerceu cumulativamente o cargo de Embaixador Plenipotenciário na Argentina, Paraguai e Uruguai.
     No regresso ao Japão, licenciou-se por aproximadamente três semanas para viagem de observação ao Brasil. Passou a crer firmemente que o Brasil, país sem preconceito racial, era o lugar mais indicado para emigração.
     De volta ao Japão, recusou promoção para cargo melhor e pediu demissão.
     Em outubro de 1929 (4º ano da era Showa) deixou o Japão e, viajando através da Sibéria e Europa, desembarcou em Santos como imigrante, em dezembro daquele ano.
     Dedicou-se ao cultivo da banana e ao plantio de eucalipto na linha Santos - Juquiá, em Cedro(fazenda I), Raposo Tavares (fazenda II), e no desvio Furuya (fazenda III).
     Em 1931 (6º ano da era Showa) iniciou-se como exportador de banana.
     Em 1935 10º ano da era Showa) tornou-se presidente do conselho Deliberativo da Dojinkai ( Sociedade de Assistência Médica), presidente da Comissão para a construção do Hospital Japonês (atual Hospital Santa Cruz), posteriormente, presidente do Conselho do mesmo Hospital.
     Outrossim, do mesmo ano até 1938 (13º ano da era Showa), passou a lecionar na USP ( Universidade de São Paulo), no Curso de Cultura Japonesa (muitos alunos, posteriormente, ascenderam a posições proeminentes na sociedade e prestaram grandes serviços no intercâmbio cultural entre as duas nações).
     De 1936 até 1938 exerceu a presidência do Kyoiku Fukyukai (sociedade para a divulgação do ensino da língua japonesa).
     Em 1941, devido a Segunda guerra Mundial, o Brasil e o Japão tornaram-se beligerantes, impossibilitando a continuidade da exportação, motivo pelo qual cedeu a firma para brasileiro.
     Durante a guerra, foi posto sob vigilância das autoridades brasileiras como personalidade importante.
     Em 1946 (21 ano da era Showa) sofreu atentado do Shindo-Remmei (extremistas que criam na vitória).
     Divulgava a derrota aos japonêses e descendentes.
     Em 1947, inaugurou a Taiyo-do (Livraria do Sol); mais tarde cedeu-a para Yoshio Fujita.
     Em 1954, chamou o sobrinho para assumir a direção da Fazenda de Cedro (Sr. Tsunao).
     Faleceu em São Paulo.
     Condecorado post mortem com o 2º Grau da Ordem do Sol Nascente.
    
    Acervo: Toninha Patrício.
      


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