Trabalho duro como podemos ouvir em muitos relatos de agricultores antigos e uma época de ouro com grande vontade de desenvolver a região e a agricultura que por décadas esteve no topo dos negócios.
Segue enfim a história de um desses fazendeiros que foi um grande propulsor de tudo isso:
Shiguetsuma Furuya.
Junho de 1876 (9º ano da era Meiji)
Junho de 1967 (42º ano da era Showa)
Jornalista, diplomata e fazendeiro.
Nasceu em Higashi Uwa gum, província de Ehime.
Diplomou-se em Doshisha, atual Universidade de Doshisha.
Após passagem pela empresa Mitsubishi, tornou-se repórter do periódico Kokumim Shimbum.
Quando o então reino do Havaí negou o desembarque de emigrantes japoneses, para lá seguiu a bordo da belonave Naniwa.
Persuadiu o proprietário do jornal Soho Tokutomi e matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Michigan.
Após a formatura, em 1902 (35º ano da era Meiji), foi aprovado no exame de diplomata e cônsul.
Foi sub secretário às ordens do embaixador Gonsuke Hayashi na Coréia e por ocasião da guerra russo-japonesa foi encarregado de informações secretas.
Teve cargo também na Bélgica, onde tornou-se secretário de 2ª classe da embaixada na Grã Bretanha.
Exerceu o cargo de Cônsul Geral em Otawa (Canadá).
Após servir como secretário conselheiro na embaixada em Washington, assumiu a chefia de Exportação e Importação do Ministério do Exterior.
Como o mesmo departamento cuidava da emigração, passou a preocupar-se as restrições aos imigrantes japoneses por parte dos USA.
Passou a interessar-se pela emigração ao Brasil e, defendeu a idéia da emigração permanente, não de trabalhadores temporários (dekassegui).
Em 1922 (11º ano da era Taisho) ocupou o cargo de embaixador Plenipotenciário no México.
Em 1926 exerceu cumulativamente o cargo de Embaixador Plenipotenciário na Argentina, Paraguai e Uruguai.
No regresso ao Japão, licenciou-se por aproximadamente três semanas para viagem de observação ao Brasil. Passou a crer firmemente que o Brasil, país sem preconceito racial, era o lugar mais indicado para emigração.
De volta ao Japão, recusou promoção para cargo melhor e pediu demissão.
Em outubro de 1929 (4º ano da era Showa) deixou o Japão e, viajando através da Sibéria e Europa, desembarcou em Santos como imigrante, em dezembro daquele ano.
Dedicou-se ao cultivo da banana e ao plantio de eucalipto na linha Santos - Juquiá, em Cedro(fazenda I), Raposo Tavares (fazenda II), e no desvio Furuya (fazenda III).
Em 1931 (6º ano da era Showa) iniciou-se como exportador de banana.
Em 1935 10º ano da era Showa) tornou-se presidente do conselho Deliberativo da Dojinkai ( Sociedade de Assistência Médica), presidente da Comissão para a construção do Hospital Japonês (atual Hospital Santa Cruz), posteriormente, presidente do Conselho do mesmo Hospital.
Outrossim, do mesmo ano até 1938 (13º ano da era Showa), passou a lecionar na USP ( Universidade de São Paulo), no Curso de Cultura Japonesa (muitos alunos, posteriormente, ascenderam a posições proeminentes na sociedade e prestaram grandes serviços no intercâmbio cultural entre as duas nações).
De 1936 até 1938 exerceu a presidência do Kyoiku Fukyukai (sociedade para a divulgação do ensino da língua japonesa).
Em 1941, devido a Segunda guerra Mundial, o Brasil e o Japão tornaram-se beligerantes, impossibilitando a continuidade da exportação, motivo pelo qual cedeu a firma para brasileiro.
Durante a guerra, foi posto sob vigilância das autoridades brasileiras como personalidade importante.
Em 1946 (21 ano da era Showa) sofreu atentado do Shindo-Remmei (extremistas que criam na vitória).
Divulgava a derrota aos japonêses e descendentes.
Em 1947, inaugurou a Taiyo-do (Livraria do Sol); mais tarde cedeu-a para Yoshio Fujita.
Em 1954, chamou o sobrinho para assumir a direção da Fazenda de Cedro (Sr. Tsunao).
Faleceu em São Paulo.
Condecorado post mortem com o 2º Grau da Ordem do Sol Nascente.
Acervo: Toninha Patrício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário